Catedral de Santa Bárbara, Kutná Hora, Tchéquia
A Catedral de Santa Bárbara, vista na imagem, parece brotar da terra como os veios de prata que um dia fizeram Kutná Hora, na Tchéquia, brilhar. Erguida por mineiros que trocavam o fundo da terra pelas alturas góticas, esta igreja homenageia a padroeira daqueles que vivem entre pedras, labirintos e riscos — não por acaso, a mesma santa tão celebrada em Minas Gerais.
Kutná Hora e cidades históricas como Ouro Preto, Mariana e Diamantina compartilham raízes profundas: floresceram sobre o esforço de gente que desbravava o subsolo em busca de riqueza. A busca por ouro, prata e diamante moldou o ritmo da vida, a arte e a paisagem. Desenhou estilos, esculpiu igrejas e fortaleceu a devoção à santa dos mineiros.
A catedral tcheca teve um início grandioso em 1388, mas sofreu com o declínio da prata. A construção levou cerca de 500 anos, mas ela permanece firme: cinco torres, vitrais altíssimos, arquitetura gótica tardia e restaurações que costuraram os séculos. Como tantas outras, ela resiste ao silêncio do subsolo — porque onde falta o minério, a fé ainda sobra.